Polícia Civil de Roraima cumpre 30 mandados judiciais contra integrantes de quadrilha que roubavam ouro em garimpos

11 de dezembro de 2025

A PCRR (Polícia Civil de Roraima) divulgou os resultados da “Operação Ouro de Tolo”, desencadeada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, dia 10, pela DRACO (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas). A ação cumpriu 30 mandados judiciais e, desarticulou um grupo criminoso interestadual especializado em roubos armados contra garimpeiros em regiões de extração de ouro, sobretudo na Amazônia, operando com armamento pesado, infiltrados e logística militarizada.

Dos 30 mandados judiciais expedidos pela Justiça de Roraima, 22 eram de busca e apreensão e oito de prisão preventiva.

O desdobramento da operação resultou no cumprimento do mandado de prisão preventiva de cinco integrantes da quadrilha, além dos 22 mandados de busca e apreensão. As ações foram desencadeadas simultaneamente em Roraima (RR), São Paulo (SP), Pernambuco (PE), Maranhão (MA), Pará (PA) e Amapá (AP).

De acordo com informações prestadas pelo delegado titular da DRACO, Wesley Costa de Oliveira, a coordenação geral da operação é da PCRR, com apoio das Polícias Civis dos estados envolvidos.

As ações em Roraima ocorreram em Boa Vista, Bonfim e Rorainópolis. Em Boa Vista, os trabalhos contaram com a participação dos delegados da DGH (Delegacia Geral de Homicídios), Luís Fernando e Carlos Henrique, do delegado titular do NIPD (Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas) Jean Daniel, da delegada do 1º DP, Delegada Jéssica Muniz, do delegado do 2º DP, Delegado Ricardo Daniel e do delegado do 4º DP, Jonathan Freese.

Em Bonfim os trabalhos foram coordenados pelo delegado Hugo Cardias e, em Rorainópolis, pelo delegado Hans Hellebrandt.

Em Roraima foram presos A.R.S., de 38 anos, apontado como o “cabeça” do grupo criminoso. Ele foi preso no bairro Asa Branca em Boa Vista. Em Bonfim foi preso I.D. C., de 29 anos.

O irmão de A.R. S., o suspeito S. R. S., de 36 anos, foi preso no Amapá. O suspeito D. B. S., de 27 anos, foi preso no Maranhão e, E.O.S.S., de 35 anos, foi preso no Pará.

Início da Investigação – O delegado do 2º DP, Ricardo Daniel, que coordenou as investigações e, também, parte da operação, juntamente com a DRACO, explicou que os trabalhos tiveram início em março deste ano, após uma abordagem de rotina da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-174, a um veículo. Naquela ocasião, um dos suspeitos, que já estava sendo monitorado pela DRACO, foi preso com uma arma de fogo e teve o celular apreendido.

“A análise dos dados, autorizada judicialmente, revelou conversas e estratégias que indicavam a existência de uma rede organizada especializada em roubar ouro extraído ilegalmente”, explicou o Delegado.

Segundo o delegado titular da DRACO, Wesley Costa de Oliveira, a partir dessa única abordagem foi possível desvendar um esquema muito maior, com infiltrados em garimpos, fornecimento de fardamento militar, aquisição e negociação de armas e planejamento de roubos de alto impacto.

“Esse trabalho só avançou com rigor analítico, técnica investigativa e decisões judiciais que permitiram aprofundar a coleta de dados”, explicou Wesley Oliveira.

Para Ricardo Daniel, o conteúdo obtido durante a investigação comprovou a existência de uma organização criminosa com divisão de tarefas, responsável não apenas por roubos, mas também por abastecimento logístico de armamento e munições.

Criminosos agiam como grupo paramilitar

A análise da DRACO aponta que os integrantes utilizavam armas de grosso calibre, acesso a informantes infiltrados em garimpos e fardamento com características militares, o que dava aparência de ação oficial para intimidar as vítimas. A investigação identificou pelo menos 15 envolvidos, sendo oito já qualificados, com mandados expedidos e cinco presos hoje.

“O grupo atuava com estrutura e planejamento, não como criminosos eventuais. Eles infiltravam informantes, monitoravam o transporte do ouro e escolhiam o momento exato da saída da produção para atacar. Essa atuação impactava diretamente a segurança de garimpeiros vulneráveis, que se tornavam alvos sob mira de fuzis”, destacou o delegado Ricardo Daniel.

Reconhecimento à parceria entre estados

O delegado Wesley Costa de Oliveira destacou o trabalho conjunto entre as Polícias Civis.

“Essa operação só foi possível porque houve integração real entre as Polícias Civis dos estados envolvidos. Agradeço publicamente o apoio das equipes de São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Pará e Amapá, que atuaram de forma técnica, simultânea e decisiva para o sucesso da investigação”, afirmou.

Apreensões e continuidade da investigação

A operação resultou, em todos os estados, na apreensão de celulares. Em Boa Vista foi apreendida uma caminhonete utilizada pela quadrilha e duas armas de fogo no Maranhão, onde um dos alvos conseguiu fugir.

Para o delegado Wesley Costa de Oliveira, a análise do material apreendido deve ampliar o número de mandados e identificar outros operadores da rede criminosa.

“Os presos capturados fora de Roraima permanecerão nos estados de origem enquanto avançam os procedimentos legais”, disse Wesley de Oliveira.

Os dois homens presos em Roraima serão apresentados nesta quinta-feira, dia 11, na Audiência de Custódia.

Operação Ouro de Tolo

O nome “Ouro de Tolo” faz referência à falsa impressão de riqueza que os criminosos acreditavam ter alcançado roubando ouro de garimpeiros. Assim como na expressão popular, o que parecia fortuna mostrou-se sem valor real diante da ação policial: o produto do crime não trouxe benefício algum e terminou levando os integrantes da quadrilha à prisão.

SECOM RORAIMA

Texto: Ascom/PCRR

Fotos: Ascom/PCRR

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