18 de setembro de 2025
Diligências conduzidas pela PCRR (Polícia Civil de Roraima) por intermédio da Delegacia de Pacaraima, resultaram no cumprimento do mandado de prisão temporária de M.A.C., de 26 anos, acusado de estuprar e engravidar a própria irmã, atualmente com 17 anos. O homem foi localizado e preso nesta terça-feira, dia 16, na comunidade indígena Samã I, no município de Pacaraima.
O cumprimento do mandado de prisão foi diligenciado pelo delegado Robin Felipe, após determinação da comarca de Pacaraima do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima).
Segundo informações do delegado responsável pelo caso, o homem é acusado de abusar sexualmente da própria irmã desde que ela tinha 12 anos. Em abril deste ano, a vítima, acompanhada do pai, procurou uma unidade de saúde para realizar um teste de gravidez, mas foi informada de que não havia material disponível para o exame. Diante disso, ela foi encaminhada ao Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista, onde aproveitou a oportunidade para relatar os abusos a uma enfermeira.
A adolescente foi conduzida até uma delegacia para denunciar os fatos. Na delegacia, a vítima, que está grávida de sete meses, relatou que abusos tiveram início quando ela possuía apenas 12 anos e que a prática era realizada sempre na ausência de familiares e quando estava em casa sozinha com o acusado.
A vítima relatou ainda à polícia que o primeiro abuso ocorreu após um convite do acusado para pescar. Segundo ela, depois de caminharem por vários quilômetros, o homem afirmou que queria manter relações sexuais e, diante da negativa, ele a ameaçou com um facão, amarrou seus braços com uma corda e a violentou, advertindo que a mataria caso contasse a alguém.
A jovem disse ainda não saber quantas vezes foi abusada, pois os estupros ocorreram em diversas ocasiões. Ela contou que chegou a relatar os fatos aos pais, mas eles não acreditaram nela e nenhuma providência foi tomada. Disse ainda que os pais apenas pediam para o acusado parar, o que era ignorado por ele.
Ainda de acordo com a adolescente, os estupros eram recorrentes até os 14 anos, momento em que o acusado cessou os atos por ter se casado.
Ainda segundo o relato da vítima ao delegado, o homem ficou casado por aproximadamente seis meses, mas se divorciou e voltou a residir com a família, e tornou a violentá-la novamente. Ao completar 17 anos, com a violência sexual recorrente, somadas à violência física e as ameaças de morte, ela decidiu pedir ajuda.
Em depoimento à Polícia, a mãe da vítima afirmou que tomou conhecimento dos abusos por meio da própria filha. Ao confrontar o suspeito, ele relatou que, no dia anterior ao primeiro abuso, um casal teria ido até sua residência pedir comida e, como só tinha café, ofereceu a bebida. Em troca, segundo ele, o casal o teria lhe dado um cigarro.
M.A.C. contou à mãe que após fumar o cigarro ficou transtornado, tentou se matar e abusou sexualmente da irmã. Além disso, a própria mãe da adolescente justificou os abusos praticados pelo filho relatando que ele teria sido vítima de estupro pelos “rabudos” quando criança, referindo-se a uma figura do imaginário popular amazônico, associada ao mal e à violência, presente em contos transmitidos em áreas indígenas e comunidades ribeirinhas.
Após os envolvidos serem ouvidos na unidade policial, o delegado representou pela prisão temporária de M.A.C. por estupro de vulnerável, corroborada pelo MPRR (Ministério Público de Roraima), e deferida pelo Poder judiciário. Por temer represálias, a vítima solicitou MPU (Medida Protetiva de Urgência), que também foi deferida pela justiça. No entanto, foi constatado que a medida foi descumprida ao localizarem e prenderem o acusado na mesma residência em que ela mora.
O homem foi conduzido à Delegacia de Pacaraima para a formalização da prisão, e, posteriormente apresentado na Audiência de Custódia. Segundo o delegado, como o infrator está preso, há um prazo de dez dias para relatar o Inquérito Policial, ocasião em que vai representar pela conversão da prisão temporária em preventiva.
SECOM RORAIMA
Texto: Ascom/PCRR
Fotos: Ascom/PCRR