A PCRR (Polícia Civil de Roraima) deflagrou, nas primeiras horas desta sexta-feira, dia 11, a Operação “Coche de Alquiler”, com o objetivo de apurar a tentativa de chacina ocorrida no dia 9 de março deste ano, que deixou cinco imigrantes venezuelanos feridos a tiros, no bairro Tancredo Neves, Zona Oeste da capital. A ação revelou indícios de envolvimento do crime organizado, incluindo possível participação de um servidor público municipal.
A operação foi coordenada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), por meio da DGH (Delegacia Geral de Homicídios) e contou com o apoio do 1º DP (Distrito Policial), 4º DP, DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), DENARC (Departamento de Narcóticos) e DEINT (Departamento de Inteligência) da SESP (Secretaria de Segurança Pública). As investigações foram conduzidas pelo delegado João Luiz Evangelista Batista dos Santos, com atuação integrada das unidades envolvidas.
A operação mobilizou sete equipes de policiais civis e contou com a participação dos delegados Júlio César, Jean Daniel Almeida, Luís Fernando, Domingos Sávio, Guilherme Peres e Vinícius de Souza, sob a coordenação geral do delegado João Evangelista.
O CRIME – Segundo o delegado João Evangelista, foi registrando um Boletim de Ocorrência relatando que um veículo Renault Kwid, de cor cinza, se aproximou de um grupo de venezuelanos em frente a uma vila de apartamentos. Os ocupantes trocaram breves palavras com as vítimas, saíram e retornaram minutos depois para executar diversos disparos de arma de fogo.
“Depoimentos indicam que os autores estavam em contato por celular momentos antes do atentado, o que reforça a tese de premeditação e possível envolvimento de terceiros”, informou o delegado.
INVESTIGAÇÃO E SUSPEITOS
As diligências identificaram como principais suspeitos do crime os venezuelanos A. R. G. L., de 23 anos, e J. L. Z. G., de 27 anos.
Logo após o crime, segundo o delegado, o veículo utilizado no crime foi localizado coberto por uma lona ao lado da casa de um guarda municipal de Boa Vista, e está registrado em nome do próprio servidor, que também é investigado.
A OPERAÇÃO – Com base nas provas reunidas, a Polícia Civil representou pela prisão temporária dos dois principais suspeitos por 30 dias; mandados de busca e apreensão em sete endereços, inclusive na residência do guarda municipal; Apreensão e perícia do Renault Kwid utilizado no crime.
As diligências desta sexta-feira, ocorreram nos bairros União, Jardim Caranã, Aracelis, Santa Luzia, Raiar do Sol, Cidade Satélite e Pricumã, onde um dos alvos, A. R. G. L., foi localizado e preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária, pela equipe do 1º DP, conduzida pelo delegado Vinícius de Souza.
No cumprimento de um dos mandados, a Polícia Civil contou com o emprego de um cão policial, do Canil da Polícia Militar.
DESDOBRAMENTO E PRISÃO EM FLAGRANTE – No desdobramento das diligências dessa sexta-feira, os policiais localizaram uma casa no bairro Cidade Satélite, onde duas pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas e posse de arma de uso restrito. São eles Y. R. C., de 30 anos e a jovem R. C. B. M, de 23 anos. Com eles foram apreendidas, além de drogas, uma pistola 9mm e munições. Os dois foram conduzidos à sede da DGH, onde foi lavrado um APF (Auto de Prisão em Flagrante) contra eles.
Ainda durante a operação além desse material, a Polícia Civil apreendeu telefones celulares e documentos nas residências alvo das buscas, além da arma e munições de uso do guarda Municipal.
CONEXÕES COM O CRIME ORGANIZADO – As investigações apontam que o crime, segundo o delegado, pode estar relacionado com um possível envolvimento com o tráfico de drogas e atuação de facções criminosas que exploram a vulnerabilidade social de imigrantes.
OPERAÇÃO COCHE DE ALQUILER – o nome da operação em português significa “Carro de Aluguel” e faz referência ao veículo usado no crime, que era alugado.
SECOM RORAIMA
Texto: Ascom/ PCRR
FOTOS: PCRR