Polícia Civil de Roraima e São Paulo desvendam farsa e identificam homem que usava Identidade do primo há 14 anos

Um caso de falsidade ideológica que se arrastava há mais de 14 anos foi finalmente esclarecido graças ao trabalho investigativo da PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio do 1⁰ DP ( Distrito Policial), em ação integrada com a Polícia Civil de São Paulo. Desde 2010, o garçom R. P. S., de 44 anos, utilizava ilegalmente a identidade de seu primo “distante”, o professor J. R. P., de 46 anos, para trabalhar, abrir contas bancárias e até obter documentos oficiais.

De acordo com informações prestadas pelo delegado que conduziu as investigações, Pedro Ivo, apesar de usar os documentos falsos desde 2010, a fraude só foi descoberta em 2020, quando uma inconsistência nos dados cadastrais do governo de Roraima chamou a atenção dos chefes do setor e encaminharam para investigação na Polícia Civil.

Durante as investigações verificou-se que existiam dois registros de J. R. P., trabalhando no serviço público, um como professor e outro em um cargo comissionado em outra secretaria.

Diante da suspeita de acúmulo indevido de cargos, a Polícia Civil solicitou que o homem apresentasse documentos para esclarecimento. Ele, porém, sumiu sem fornecer qualquer comprovação. O verdadeiro J. R. P., chegou a ser ouvido e apresentou
seus documentos.

Foi então que a Polícia Civil iniciou uma investigação aprofundada para desvendar a verdadeira identidade do suspeito e instaurou Inquérito Policial.

Investigação e ação conjunta entre Roraima e São Paulo

A apuração se estendeu por anos, envolvendo análises documentais, perícias especializadas e diligências em diferentes estados. Um dos exames decisivos foi o prosopográfico, que analisa traços faciais para determinar a identidade de um indivíduo.

Com o avanço da investigação, a polícia descobriu que o suspeito, que nunca tinha sido encontrado, havia tirado uma nova carteira de identidade, obtido carteira de habilitação e usado a documentação falsa para diversas finalidades.

Assim que percebeu que a farsa estava prestes a ser descoberta, ele fugiu de Roraima e passou a viver em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Diante dessa fuga, a Polícia Civil de Roraima manteve contato com a Polícia Civil de São Paulo, em Ribeirão Preto, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais, que localizou o suspeito e realizou sua oitiva. Durante o interrogatório, conduzido pelo delegado Eduardo Rodrigues Martinez, o homem confessou que usava o documento do primo distante porque ele tinha bons antecedentes e um melhor currículo, o que lhe facilitava na hora de conseguir emprego.

Para o delegado Pedro Ivo, o trabalho conjunto entre as duas corporações foi essencial para desvendar a fraude.

“Essa investigação exigiu anos de diligências, vez que a pessoa que usava os documentos falsos, até então ninguém conseguia localizar e não se sabia seu verdadeiro nome. O verdadeiro J. R. P., tinha endereço fixo, já tinha sido ouvido e ninguém sabia do paradeiro do farsante. Houve um trabalho minucioso em que realizamos diligências, perícias e outros recursos investigativos. A integração com a Polícia Civil de São Paulo foi fundamental para a identificação real do suspeito e para garantir que ele seja responsabilizado pelos crimes cometidos”, explicou o delegado Pedro Ivo.

Após a identificação do verdadeiro R. P. S., a Polícia Civil confirmou que ele havia assumido completamente a identidade do primo por mais de uma década, beneficiando-se ilegalmente dessa falsificação.

Segundo o delegado, o indiciado responderá, por várias vezes, pelo crime de uso de documento falso e de falsidade ideológica.

“Desde 2020, quando constatou-se que havia duas pessoas com o mesmo nome e todos os dados eram similares, mas às informações curriculares no cadastro deles como servidores eram distintos, é que a Polícia Civil vem tentando esclarecer o caso, que foi prejudicado pelo fato do infrator ter saído de Roraima. Mas, a verdade veio à tona e damos fim a essa farsa e crime que vinha se perpetuando desde 2010”, disse o delegado.

Ainda segundo o delegado, o desfecho desse caso demonstra o compromisso da Polícia Civil com a verdade e a Justiça.

“Foram anos de investigação para desmascarar essa fraude, e o sucesso da operação se deve ao trabalho integrado entre as forças policiais”, concluiu o delegado Pedro Ivo.

Ainda segundo ele, os documentos ideologicamente falsos foram apreendidos, visando cessar a atividade Criminosa do falsário, e será elaborado relatório complementar para viabilizar sua responsabilização criminal.

“Em adendo, serão feitas as comunicações aos órgãos públicos e instituições financeiras que foram enganadas pelo falsário com os documentos ideologicamente falsos para que procedam com os procedimentos administrativos cabíveis”, informou.

SECOM RORAIMA
Texto
: Ascom/PCRR 
Fotos: PCRR

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